o último estrondo foi o da porta
a bater com força uma vez mais
antes de se fechar completamente. eu ouvi
e não tenho dúvidas que perguntaram as horas
às senhoras da farmácia, eram oito
e vinte e já tinham ali passado outras
pessoas que desciam dos autocarros. ela ia
carregada com os sacos, pelo menos três
e levava a mala e a maldita alça descaída
a prender-lhe o braço direito disseram
as vizinhas: que desgraça a da irene e os bombeiros
que demoraram tanto tempo a retirar o corpo
do prédio e a esfregar o sangue das escadas.
26 comentários:
desgraça ainda maior quando ninguém vem limpar as escadas e fica o sangue assim coagulado em castanho... a parecer que nunca tinha sido daquele vermelho de pulsar...
(desculpa aida... ocupei-te aqui espaço demais mas descobri as tuas palavras cá dentro... abracinho bom)
eu gosto do detalhe das alças da mala, da maldita alça descaida, que nos prende sempre ora um ora outro (a)braço...
É macabro e atraente em uníssono. Não podemos correr à frente do tempo... já devemos saber que não...
Beijinho.
genial...
o espaço aqui é todo teu, sophia.
e o abracinho é nosso.
um beijinho.
ora, flor de vento, entendo o que dizes quando referes a tal alça descaída (...) mas esta alça não é nossa e o desfecho aqui é bem diferente (...)
um abracinho.
isis,
a palavra macabro assusta-me um pouco, faz-me pensar em rituais e danças funebres. aqui há apenas a desgraça, a infelicidade de alguém num dia normal. mas percebo o que queres dizer (...)
beijinho.
Exactamente o que quis dizer, sem que nisso encontres rituais e danças fúnebres - a drástica normalidade da vida. Se não fosse trágico seria cómico.
Continuemos em respostas :)
então estivemos pertinho uma da outra,
nas nossas ideias;)
susana, texto muito bom.
(já te disse que escreves bem pra catorze? ou mesmo quinze?)
beijinhos.
pois, pois é, é verdade que já me tinhas dito (cof-cof), mas não assim dessa maneira incluindo o pra catorze e tal;) olha e também gosto do quinze, do susana, dos beijinhos e gosto mais ainda de ler-te lá no paperbackcell onde tens textos lindos que falam sobre tantas as coisas e depois ficam a fazer uma ressonância bonita cá dentro. é tudo tão do bom, o que escreves, bruno.
beijinhos.
e num dia assim...uma alça, uma pedra, um atropelo.
e o q fica de nós nas escadas?
beijinhos, poetisa*
Ideias que se tocam; pontinhos que se unem... Estes são os pequenos tudos desta vida.
tu levas-me umas imagens, eu levo-te as palavras, pode ser? é uma troca justa? eu acho que fico a ganhar, e muito :))
bjinho tóxico*
doce lugar.
della
só tu ,princesa ,para fazeres do preto
LUZ
.
um beijo
[dos que tu gostas..........com saudades]
isis,
vamos unir os nossos pontinhos
e fazer crescer os pequenos tudos
mais um bocadinho?;)
não importa quem fica a ganhar, menina tóxica;) assim como assim o bom é estarmos aqui, não é?
;)*
della-porther.
tinha saudades.
abraço grande.
fazer do preto luz, não é tarefa fácil, princesa. penso que não o faço e sorri a essa palavrinha luz que às vezes tanta falta me faz. o segredo é fechar os olhos e ficar assim durante algum tempo, depois sobre o escuro vão aparecendo umas manchinhas de luz e outras, e mais outras até parecer que o escuro (o tal preto que falavas) se foi embora, entendes princesa?
leva um abracinho.
Impossível recusar, Susana Miguel; apetece levar de tudo um pouco. Por ora é o que faço - leio e releio e tudo me sabe a novo - já é hábito vir aqui. Fui conquistada :)
Toma um beijinho
a vida aqui tão perto: guarda beijinho shuack-shuack.
:)*
gosto muito.
abracinho, menina limão.
tão tão tão bom.
obrigada, m.
um beijinho;)
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