chove e é uma rosa e eu não sei se te foi muito difícil o azul - disseste.
ele disse-lhe que ela ainda conseguiria cantar e que o segredo está na forma
das mãos dela e é branco. é branco como será sempre branco o branco
frio da neve. ela disse-lhe que é abstracto e doce, que nas costas das mãos
o leite é branco e quente quando desce, quente sempre quente
a entrar nos poros, quente como o peso da roupa quando a retiramos
do nosso corpo ou ainda húmida da máquina ou quando a colocamos à pressa,
seca e do avesso, no alguidar, com água a ferver por baixo e
um pouco de detergente. um pouco da noite do outro lado e um armazém.
chove e é como uma rosa esta artéria que move o ar e não se vê e
eu não compreendo, não sei porque te digo isto agora, meu amor.
12 comentários:
Não acredites se te disserem que a neve é branca nos meus olhos. Os anos passam. Aprendo melhor a limpidez nocturna da minha nudez. Cada vez mais frágil. Cada vez mais íntima...
Gostei muito do poema. Um beijo.
Mlle,
tenho dias que não me importo se é branco, preto, às riscas ou às bolinhas. Só quero que seja.
Bisou
Que palavras tão bonitas..
Gostei muito e já tinha saudades de te ler. :) **
mas ainda bem que o disse... um beijinho, susana.
segredo é o que flui e escorre das palavras vindo à tona - e nunca se sabe por que as dizemos a alguém.
Beijos.
E ainda bem que eu li!
...e muito bonita essa neve branca, essa fragilidade trazida pelo tempo.
obrigada e um beijinho, graça.
e que assim seja, diva.
gostei das bolinhas:)
um beijinho.
um beijinho, liliana, e um abraço apertadinho:)
um beijinho, alice. é bom quando dizemos;)
haverá para sempre
uma caixinha-coração-guardadora-de-palavras?
um beijinho grande, dade amorim.
um beijinho, laura;)
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