a mulher esteve sempre ali, vês? (aponto) naquela estação de comboios,
esteve sempre lá, ao fundo e sentada, do outro lado da linha
à espera de alguém que viesse e lhe falasse um pouco
do absurdo que é o de deixar prontamente tudo arrumado e limpo
e ainda o percorrer da água no copo e a água nos dedos
e depois. e depois? (aponto) apenas o que perdemos, como se houvesse
um coração de água, uma circunferência no lugar certo, antes de partir.
14 comentários:
Mas há "um coração de água, uma circunferência no lugar certo, antes de partir" Belísssimo, amiga!
Beijos.
Mlle,
o coração existe sempre, sempre.
Bisou
maravilhoso, susana...
Já tinha saudades de te ler aqui. :)
Muito bonito como sempre e como sempre também, deixa-nos a pensar e a tentar descodificar as palavras.
Beijinhos!
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"aponto" que o belo na estação dos comboios não é o chegar mas o partir...
:)
Olá! Esta poesia veio-me lembrar uma que escrevi «gestos». Falam ambas de estações de comboios, partidas...
um beijinho, graça.
fico muito contente por teres gostado. obrigada, amiga:)
sim, diva:) existe sempre, sempre. às vezes é que não escutamos o tum-tum tum-tum tum-tum e o que ele nos diz.
beijinho.
obrigada, alice:) assim, com esse maravilhoso, até fiquei, por momentos, com o coração mais vermelhinho (sorrisos)
às vezes, e neste caso, é só uma questão de descodificar o coração (a piscar o olhinho e a sorrir para ti)
beijinhos grandes, liliana:)
sempre muito próximos os dois: o chegar e o partir. acho eu ;)
beijinhos, sophia <3.
tudo isso dentro de nós.
um abraço, verdades e poesia.
Sempre que aqui venho, vejo cinema nas tuas palavras. Ainda bem.
;)
beijinho.
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