o comboio chegava sempre à estação do cacém às 18 e 01 e eu aparecia
logo, 2 minutinhos a seguir, perto de ti e agarrava-te o braço depois
de atravessar o túnel e de dizer olá ao joão do sapateiro que vendia
pensos rápidos e também colecções de isqueiros enquanto as moedas cresciam
nos bolsos e mais um mês e vou-me embora para a minha casa da terra.
o meu abraço, a minha voz e só depois o teu sorriso a reconhecê-la
e às árvores todas também e ao outono que cabia dentro delas nessa tarde.
eu sei, agora não é novembro, mas há quem ainda fale dele e da tristeza que é
acontecer-nos a morte numa cidade que não a nossa. uma vez disseram-te
que era necessário esquecer tudo, que não havia mal nisso e era verdade
os teus olhos ganhavam a forma mais líquida do mundo
e da cegueira, dizias-me: poderíamos dar-lhe o nome de saudade.
14 comentários:
Mlle,
a morte dá-se sempre independentemente da estação do ano e a saudade, essa, mata-nos lentamente...
Bisou
linda lindona! não me digas que andas pela linha de sintra e não me vens visitar?
espera-te uma laranjada da terra! ;)
beijoooosss mil
A morrer que seja numa cidade que não é nossa. As verdadeiras despedidas não têm palavras. Nem para com a cidade...
Susana, por que me fica sempre uma imprecisão a cada leitura de um poema teu? Não é porém uma imprecisão feita de obscuridade, e sim de muitos sentidos entrelaçados, cada qual mais belo que o outro. Por que será?
Fantástico!
bisou, diva.
é aquela saudade, aquela, à qual, de vez em quando, tentamos passar a perna, mas sempre inteirinha ela fica e fica;)
não, menina da laranjada da terra:)
não ando a passear-me por aí (sorrisos)isto tudo são filmezinhos antigos que agora voltaram à minha cabeça;) mas, convite aceite, hora e dia a combinar*
beijinho, sophia.
lorenzo, a ter que morrer que não morra, isso sim;)
um abraço.
um beijinho grande, dade amorim. não sei o que lhe responda (...)(gosto tanto tanto das suas palavras e da sensibilidade com que trata as minhas)talvez tenhamos muitas palavrinhas para trocar juntas;)
um beijinho, laura. obrigada:)
Que bom que é chegar aqui e devorar as tuas palavras.
Enquanto não as devoro todas fico com água na boca, a imaginar as situações que aqui descreves e quando chega o fim, ainda ansiosa por mais, essas imagens conseguem acompanhar-me durante todo o tempo que queira..
Muito bonito.
Beijinhos!
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beijinhos, liliana (muitos muitos) e eu adoro chegar aqui e ler as tuas palavrinhas :) obrigada, sempre*
São essas as rotinas em que repousamos como se da nossa casa se tratassem... há um dia em que nos quebram o equilíbrio e ficamos sem tecto. Não é muito fácil ser feliz.
(passei pelo teu blog e li umas coisas, gostei bastante... vou continuar a passar)
:)
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um beijinho, M.
sem dúvida que sim, que concordo com o que disseste não é muito fácil ser feliz e, às vezes, os tectos parecem tão frágeis.
obrigada pelas palavrinhas e volta sempre;)
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