há pouco falávamos da solidão e daqueles que desaparecem com o tempo.
pareceu-nos que o mundo deixou de ser circular depois de falsear o trompete
e tu o dizeres sei muito pouco de ti e gostava de te beijar.
eu pensava nas manhãs genuinamente redondas e
no trinta que fez ontem quatro décadas e mais dois anos e do momento
em que o vi a lançar pedacinhos de pão à porta, este sábado de manhã,
depois de pousar o casaco no ombro e de contar à helena a desgraça de não
ter conhecido nenhuma mulher que o alumiasse no escuro da casa.
há maneiras diferentes de encolher os ombros e gostavas
do meu trompete e do som grave, um pouco fechado e rouco que dele vinha
e dizias-mo. o novo mundo estava ali e decidimos beber café e dizer
que as árvores estavam em flor e que talvez o mundo não acabasse.
os prédios são altos e há toalhas estendidas e mulheres que ainda passam
as tardes à janela. são feias e tristes as casas e eu discordei e
dizer-te que a minha alegria é pouca fez com que sorrisses e falasses
um pouco do mercado mesmo atrás de nós, desse lugar onde enlameámos
as botas pela primeira vez são bonitas e rasas, quase que tocamos o chão.
8 comentários:
Sem muitas palavras, como sempre.. porque quando estou a ler os teus textos estou a construir uma série de imagens na cabeça e quando ele termina fico à espera de continuar.
Tens uma sensibilidade para abraçar as palavras muito bonita Susana.. adorei voltar a ler-te. Já tinha saudades.
Beijinhos!
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Belíssimo.
que bom achar esse teu blog, menina!
beijinho!
um beijinho muito grande, liliana.
as tuas palavras é que sabem sempre a muito e fico de coracão gordinho.
:) obrigada.
beijinho, Laura;)
xi-coração.
obrigada, carla.
Um beijinho e até sempre;)
Gosto tanto,tanto do que escreves! Não sei dizê-lo doutro modo. É isso: gosto tanto!
um beijinho, C-ASA. gosto de o saber e da forma como o dizes ;)
obrigada.
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