sacudidas no frio das sombras, mortas
as vozes ainda húmidas
no eco das árvores ardiam absortas.
tranquilamente receptíveis à exaltação dos campos
remexiam os astros
com gritos de vento e mar.
domingo

As coisas mais tristes conhecem o sabor do Outono.
No Outono meninas penduram cabelos no parapeito da janela
escutam o desmaiar lento da tarde sobre o silêncio.
As mães entrançadas de poros abertos estendem os músculos
costuram amor por todas as divisões da casa
desenham ao redor fontes breves de rostos primaveris
e mimam flores em vestidos de seda.
Fotografia retirada da net.
sábado
sexta-feira

de madrugada espantam-se os pássaros
asas flutuantes criadoras do vento
procissão cantante
onde nascem
flores entregues ao bailado
onde desmaiam
pétalas entregues ao destino.
vestidas as asas de um rápido azul
esgotam-se na lentidão
da paisagem
esgotam o alvoroço
das águas
beijam de sede
seios floridos.
da terra desvastada soa a fertilidade
a um breve esgar de melancolia.
ocheiro das raízes cobre as casas, amadurecidas
as árvores brotam
o verde, a sombra
das mãos assentes em Deus, arquejam
Papoilas.
Fotografia retirada da net.
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