
A varanda aberta. o vestido é macio quando o toco.
vou aqui ficar. vou morrer-me nesta casa
toda ela feita de sangue enquanto a noite não vem.
poderia dizer-te. mas é o frio que me escreve nas mãos
Queres que te lembre, meu amor?
não respondo. penso
o sangue. a febre
aberta. o silêncio
as casas
e agora a distância dentro delas.
Fotografia de Berenika.