sexta-feira

enquanto não vens

os pássaros parecem querer morrer à tua porta.
digo-lhes que a terra é redonda na parede do quarto,
que trago amoras nos bolsos sempre que fecho os olhos
que atrás das casas as árvores descansam e fingem o sol.
esqueço os canteiros e as luzes da cidade. falo-lhes da construção
da tua boca quando tens sede, do amor alumínio que arde
nos pulmões. repito a palavra: redonda. às vezes,
à tua porta, espero a manhã cercada de chuva,
o que resta do fruto, enquanto não vens.

10 comentários:

Flávia Vida disse...

"às vezes,à tua porta, espero a manhã cercada de chuva, o que resta do fruto, enquanto não vens." <3

liliana_lourenço disse...

Tão bonito, como sempre. **

Carla Diacov disse...

lindo de sair piando por aí!

dade amorim disse...

Sentia saudades daqui, mas o tempo anda pouco para ver tudo que desejo.

Lindo, o poema, a tua poesia de verdade.

Beijo.

Susana Miguel disse...

Um beijinho, Flávia.

<3 obrigada.

Susana Miguel disse...

liliana :)

o beijinho de sempre.

Susana Miguel disse...

um beijinho, Carla.
Obrigada:)

Susana Miguel disse...

Saudades também, dade amorim. volta sempre. Terás sempre a janelinha aberta e entra quando quiseres, vai dando uma espreitadinha.

obrigada sempre.

António disse...

Desculpe se lhe roubei estas palavras. Os pássaros vieram morrer dentro de mim. A qualidade da sua escrita é notável. Há um estilo próprio e os versos são limpos e com luz.

Susana Miguel disse...

muito obrigada, António

e as palavras são para nos servir a todos, gostei que as tivesse "roubado".

um beijinho.