domingo

enquanto espero o 159


penso o amor e uma cadeira
a textura fina do pó e um bago de arroz.
penso nas raparigas que vejo chegar
nas cidades todas que trazem dentro delas.
não sei sequer se existo ainda, mas há som
atrás do vidro e há pessoas que se aproximam.
penso o amor e uma cadeira
os aviões que aterram no aeroporto de lisboa.
não fumo há mais de quatro anos, lembrei-me agora e
daquela t-shirt que me emprestavas para dormir, não sei
porquê agora isto e o sabor quente da meia de leite a ferver
o coração a bater pela casa
a ventania e o coração a bater pela casa.

1 comentário:

Luis disse...

ainda que o 159 demorou!